Em 26 de janeiro de 1976, em anúncio no "Diário do Governo" (III Série - Número 21, página 991), são publicados os Estatutos do Clube Académico do Fundão.
Embora fosse dada prioridade à legalização da nossa associação, a Comissão Organizadora, desde o primeiro momento, desenvolveu um conjunto de iniciativas para proporcionar condições aos jovens para uma regular prática desportiva, com grandes preocupações na formação e orientação desportiva, na saúde e na ocupação dos tempos livres e uma total disponibilidade para colaborar em iniciativas de âmbito social e cultural com as instituições locais e regionais. Para tal, foi considerado necessário dispor de um espaço para a Sede Social. Decorridos tantos anos, é bom recordar esse esforço e alguns factos que revelam a vontade e a determinação das pessoas que corporizaram a ideia de fundar o CAF.
Em 25 de setembro de 1975, por carta, a Comissão Organizadora informa a Câmara Municipal do Fundão "... que no dia 20 do corrente mês, ocupámos uma casa na Travessa de São Francisco, n.º 16, 18 e 20 (quelha), na vila do Fundão, para instalar a Sede do Clube Académico do Fundão. Esta ocupação teve por finalidade dar vida efetiva a uma coletividade que foi fundada em 14 de setembro de 1974, e por motivos de vária ordem, não conseguiu, em parte, pôr em marcha todas as realizações desportivas e culturais a que se propôs, ou melhor dizendo, que motivaram a sua fundação, e dentro daquele espírito revolucionário que nos foi incutido pelo 25 de abril".
A Câmara Municipal do Fundão, pelo ofício n.º 4946, de 26 de setembro de 1975, dirigido a Francisco José Figueira Tavares, informa que "Sobre a participação, por si assinada, na alegada qualidade de "Pela Comissão Organizadora, em exercício ", do Clube Académico do Fundão, informo que a representatividade de uma coletividade não pode ser feita por um só indivíduo".
Em 30 de setembro de 1975, o Presidente da Comissão Organizadora do CAF, em carta dirigida ao Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal, informa que "…remeto a V. Ex.ª nova participação assinada por dezoito indivíduos em representação do nosso Clube. Se for necessário, entregaremos atas, digo, entregaremos cópia das atas da formação do Clube a quem o decreto n.º 594/74 veio legalizar, dando o livre direito de associação".
A Travessa de São Francisco serviu de "casa" para o CAF dar os primeiros passos, onde permaneceu até 1980. Nesse ano, a autarquia, através do Vereador do Pelouro do Desporto, e perante a pouca experiência dos dirigentes, propôs a mudança da Sede para a casa da Quinta da Nora. Decorridos cinco anos, com as obras de acesso ao Complexo Escolar, e devido ao estado em que se encontrava a casa, correndo o risco de ruir, a autarquia mandou demolir a casa sem informar a Direção do CAF.
Consciente da importância de uma Sede Social, para suporte das nossas atividades, em abril de 1985, é feito um contrato de arrendamento no Loteamento Rebordão, passando a Sede a funcionar na cave do Bloco 21, com uma renda mensal de 10 mil escudos. Embora tivesse sido uma importante decisão, houve meses em que os Diretores tiveram de suportar o encargo da mensalidade.
Nem sempre foi fácil dirigir o Clube, que passou por momentos de alguma dificuldade. Em 22 de maio de 1987, realizou-se, no Salão dos Bombeiros Voluntários, uma Assembleia Geral onde foi ultrapassada a crise diretiva e eleita uma nova Direção. Nesse ano, a Câmara cedeu a Casa Gascão, onde passou a funcionar a nossa Sede Social.
Por iniciativa da autarquia, o edifício municipal, que se encontrava em situação precária, beneficia de obras de recuperação e requalificação, que permitiram dispormos de instalações com dignidade, beneficiando, igualmente, aquele espaço da cidade, cuja inauguração se realizou no dia 15 de dezembro de 2007.
Orgulhamo-nos do percurso realizado ao longo das décadas e, com as condições da nova Sede e dos equipamentos desportivos que passámos a utilizar, estamos convencidos que saberemos honrar os pioneiros do CAF, que vencendo obstáculos, incompreensões e o próprio desânimo, que não raras vezes os deve ter acometido, iremos persistir na continuidade de uma Instituição que demonstrou desde a primeira hora a sua utilidade ao desporto e à Comunidade.